quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Subjetivo versus Objetivo


Sempre humanizei as coisas. Dou caracteristicas humanas a qualquer objeto, planta, comida.Um dos motivos de eu não ser vegetariana e que posso criar tanta empatia por uma alface quanto por um boi. Não gosto de jogar bonecos fora, tenho pena, imagino como estão se sentindo. Não gosto de jogar comida fora, fico pensando em quão mal está se sentindo aquela maçã na fruteira que ninguém quer comer, rejeitada, triste, sozinha.

Imagino uma personalidade e sexo para cada cor, o preto, azul, cinza, bege, amarelo e marrom são homens. O rosa, roxo, vermelho laranja e verde são mulheres. Faço isso desde criança e para mim é algo completamente inevitável, natural. Mas as pessoas não são todas iguais, claro.

Meu filho que tem uma linha de pensamento mais racional, é um menino com a mente direcionada para as exatas, naturalmente desde pequeno, para ele letras são letras, números são números, cores são cores, não tem muito espaço para poesia e a arte, a subjetividade. Eu estranho tanto...

Hoje quando eu lavava a louça, a faca que para mim é o marido, o garfo que é a esposa, e a
colher que é a gordinha simpática e solteirona, comecei a pensar nos números. Para mim o
cinco é o melhor número, ele é um rapaz gordinho e sorridente.

No meio a esses corriqueiros pensamentos inúteis, parei para pensar como o Angelo responderia a uma pergunta subjetiva dessas, com seus cinco anos ele pode ter uma visão criativa e divertida da personalidade dos números.

Eu o chamei na cozinha e perguntei:
- Qual o número de zero a nove, que você acha que é o mais feliz?
Ele respondeu rápido:
- O sete!
Pensei rindo que deveria ser pelo tracinho do sete que lembra um sorriso. Em seguida perguntei:
- E por quê o sete?
Ele respondeu ligeiro novamente:
- Por que o sete é igual o F de feliz, só que virado para o outro lado.

(...) Que seja um bom engenheiro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não há lápis de cor q salve essa alma.

Eu me identifiquei com a colher, mas eu não quero ser sempre solteirona.