quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Aprendendo a Jejuar.




Atrás de mim, uma mulher religiosa "monologava" para outra:

-Tem que acreditar em Deus, meu pastor ensinou como resolver seus problemas... Tem que jejuar, porque Deus não gosta de comida.Sabe quando você está na cama a noite, e não consegue dormir? Tem que jejuar para melhorar!

A outra mulher não dava muita atenção, só fazia uns ãhans, tentando desconversar. Mas a religiosa , não percebeu que ela queria se livrar dela, apenas achou que ela não entendia muito bem o assunto e quis esclarecer:

-Sabe como faz o jejum? É simples, se você estiver cheia de problemas,e já for umas duas horas da manhã levanta da cama, vai para cozinha e tome um copo de leite, depois você consegue voltar a dormir.

CULPA



-Come filho, come!
Seu prato está cheio, come um pouco!

-Já disse, não estou com fome!

-Você sabia que tem gente no mundo que morre de fome?
Que daria tudo para ter um prato cheio como o seu para comer?

-Não eu não sabia disso pai...

_ Mas é verdade, e você aí sem comer nada. Não se sente culpado?

{breve silêncio}

-Você sabia pai, que tem gente no mundo morrendo de fome,
que daria tudo para ter um prato cheio como o meu?

-Sim filho, acabei de te dizer isso.

-E o você não se sente culpado de ter desperdiçado comida
enchendo o prato, mesmo eu avisando antes, que não iria comer?

CELSO, O ESPELHO QUE REFLETIA. (sim, é um trocadilho)



Celso era um espelho de corpo inteiro, de moldura grossa e entalhada de mógno, que morava na casa de uma família muito normal, daquelas cheia de gente diferente.
Assim que saiu da fábrica ele foi para uma loja de materiais de construção, e lá se sentia muito bem, não era apenas um dos espelhos mais caros, como também um dos mais bonitos.As pessoas passavam e diziam:
-Olha só que espelho bonito!e Celso de orgulho refletia...Mas ninguém queria comprá-lo, ou podia compra-lo, seu preço era altíssimo, e os compradores saim assim, com espelho mais simplezinho.Lindas mulheres passavam na frente de Celso, e flertavam com ele, faziam pose,viravam de costas, Celso se derretia.
Um dia um casal não muito jovem (mas com muito dinheiro) olhou, olhou e acabou comprando ele.
Celso assim que foi comprado da loja, foi levado e pendurado no banheiro do segundo andar, ele se sentia um rei, naquele banheiro todo de porcelanato, banheira e até bidê. Assim que foi pendurado na parede, ele estufou o peito:
-Não vou fazer feio, como o bom espelho que sou, vou refletir melhor do quê ninguém!
E assim fez, nas esprimidas de espinhas do menino, nas mil trocas de roupas da menina, na encolhida de barriga do senhor, nas puxadas de pelanca da senhora, Celso refletia tudo como ninguém.
Dizia o menino pela manhã:
-Quantas espinhas, quantos cravos!Assim,ela nunca vai ligar pra mim, meus colegas não vão párar de me azucrinar...
Dizia a menina:
-Não há academia que dê conta, eu precisava de uma lipo, e por uns 250 mls de silicone, meu cabelo está horrivel...
Dizia o senhor:
-Esta barriguinha não estava aqui ontem, será que estou comendo demais?Ah, não! Estão nascendo pêlos nas minhas orelhas...
Dizia a senhora:
_Estou velha, estou cada dia mais velha, olheriras, papadas...
E era assim Celso um dia percebeu que por melhor que refletisse, sua vida seria sempre ouvir reclamações, a não ser que, ele teve uma idéia:
-Chega de mostrar a verdade, vou mostrar a eles oque eles realmente querem ver!
E foi isso que ele fez, começou a mentir. Refletiu o garoto como um galã, a menina com um corpo de capa de revista, tirou mais de dez anos da imagem do casal. Todos ficaram muito contentes, Celso achou que tivera a melhor idéia de todas, se todos os espelhos refletissem como ele, as pessoas seriam mais felizes!
Mas a alegria durou pouco, logo a família se deu conta que oque o espelho mostrava não podia ser verdade. O espelho está quebrado, com defeito, ou sei lá...
Tiraram ele do banheiro e foram até a loja trocar, trocaram por um espelho que mostrava todos seus defeitos, assim como Celso fazia antes.
E Celso ficou na loja, esperando ser vendido denovo (agora com 50% de desconto).

Racismo




Realmente não acredito muito no conceito de raças, apesar de aprender ainda no

primário, sobre brancos, negros, vermelhos e amarelos, acho que como já disse em

outro post, que misturamos tanto quê, somos todos vira-latas.
Eu tive amigas japonesas sem mistura e brincava dizendo que eram de raça como um

gato siamês. Um oriental raramente se ofende de ser chamado como tal, eles costumam

ter uma cultura forte, muito bonita, comidas gostosas e doces, doces nem tanto.
Já os negros que vieram pra cá contra vontade, são no geral, mais revoltos a

referências a seu tom de pele.

Um dia estava no hospital, e vi uma menina de uns 9 anos, linda, de trancinhas,

traços de boneca, se fosse loira, eu diria: "que loirinha linda!" se fosse

japonesa: "que japonezinha linda" como era negra, segurei o elogio: "que negrinha

linda?" Posso falar assim? E se a mãe se ofendesse, a menina, as pessoas em volta,

engoli o elogio, deixei passar porque, não consegui montar uma frase politicamente

correta o suficiente.

Adoro cores, gosto de ficar vendo gatos amarelos, brancos, cinzas, pretos,

coloridos, pessoas também, não consigo não parar para ver quando passa um ruivo,

acho eles tão bonitos e diferentes, com sardas e cabelos cor-de-laranja, um luxo da

nossa espécie.

Ontem fiquei sabendo que a aluna nova da sala do meu filho é cafusa, fiquei

admirada, quero ver um cafuso ao vivo, fora da minha cartilha.
estava lendo ontem sobre os albinos da África, como são perseguidos, às vezes

mortos e usados como amuleto. Pensei que justo na África, de onde veio uma das

"raças" que mais sofrem preconceitos, mas ora, vendo a foto, um albino lá é tão

diferente, tão chamativo, mais do que um ruivo por aqui. Ser diferente dá muito

trabalho, e ser igual a todo mundo é um tédio.

Nem ia escrever esse post, porque achei que pode não ser um bom assunto, mas fui

premiada com o fato de que quase ninguém lê isso aqui, rs.